O Coletivo Afrontosas é uma Associação Cultural que nasceu a partir de encontros de pessoas negras/racializadas cuír ligadas ao mundo das artes, da educação e da celebração motivadas pela ausência de projetos que reflitam sobre a importância da negritude cuír da diáspora em Portugal em confluência com os trânsitos migratórios da América Latina, África e outras regiões.

Um dos objetivos do Afrontosas é fomentar, promover e divulgar a produção artística e educacional de artistas negres/racializadas cuír a fim de criar espaços interseccionais para o debate e a interlocução entre agentes culturais no âmbito nacional e internacional.

O Coletivo atua em cinco áreas: Arte e Pesquisa; Acolhimento e Ancestralidade; Consultoria e Ensino; Cultura e Celebração e Lifestyle e Fashion Design.

O Coletivo é composto por: Didi, tony omolu, Rod, Amina Bawa, Wagner Lopes, Carolina Elis, Noé João, Nirio Sebastião e Valky.
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tony omolu, Didi e Rod são as três pessoas que lideram os processos da Associação neste momento, contando com o apoio dos demais membros.

tony omolu // Artista performativo híbrido entre teatro e dança que navega nas águas da antropologia teatral, enquanto pesquisador prático-reflexivo-teórico desta prática apresenta-se como ator-bailarino – definição cunhada por Eugênio Barba para delinear o perfil do artista que investiga e pratica o comportamento pré-expressivo do ser humano em situação de representação organizada . Tem mestrado em artes com foco em metodologia do ensino em dança afro-brasileira, licenciatura e pós graduação em filosofia e pós graduação em teatro. No Brasil tem incursões de vivência e experiência nas áreas da dança contemporânea, teatro, danças afro-brasileiras (danças dos orixás), grupos cênicos de cultura popular afro-brasileira, como congada de Minas Gerais e escolas de samba. As suas experiências e atividades nestas artes acontecem no âmbito da interpretação, direção, produção e educação em projetos de criação pessoais a solo e em coletivo. O hibridismo da sua formação artística dialoga com sua formação étnica que envolve culturas indígenas, africanas e portuguesas. É praticante das cenas negras em movimento, corpes afroqueer, artivismo afro-atlântico, diálogos e produções de sensibilidades territoriais de descentralização e descolonização do fazer artístico. Trabalhos atuais incluem, professor de dança e expressão corporal na escola Chapitô, circulação do espetáculo Iabás, assistência de produção para o Teatro Griot, produção dos eventos promovidos pelas Afrontosas.

Diego Candido aka DIDI (Rio de Janeiro, 1986). Reside em Lisboa e trabalha por meio da investigação, produção cultural e performance como DJ, cantor e artista visual/transdisciplinar. Licenciou-se em Direito pela Universidade Candido Mendes – UCAM (2009), especialização em Direito Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas – FGV (2014)  e  mestrando em Comunicação, Cultura e Tecnologia pelo ISCTE – IUL. Foi investigador do projeto “Racismo e Xenofobia em Portugal: a normalização dos discursos de ódio no espaço público da internet”, pelo  Centro em Rede de Investigação em Antropologia – CRIA (2022-2023). Em sua trajetória artística, fundou a unidade criativa em forma de festa Bee (bee_lx), uma das primeiras plataformas que trouxeram visibilidade para artistas negros, cúir e imigrantes para a cena artística em Portugal,  movimentado-se em conexão com coletivos, artistas e fazedores em projetos culturais e indústrias criativas, na produção e atuação direta como Afroeuropeans, Afropunk, BATEKOO, KunstenFestivaldesarts, Alkantara Festival, Pumpdabeat, entre outros. É também membro fundador da UNA – União Negra das Artes e do Coletivo Afrontosas. Seu percurso artístico e investigativo conversa com temas relacionades à (re) territorialização coletiva, identidades, ativismo e performance antirracista, na produção cultural e artística cuír, negre e imigrante em diáspora. Nos últimos anos, atuou em projetos autorais e colaborativos como: A ARTE DO DESBUNDE (2020), CURADURA (2021), ESSA TAL CONSCIÊNCIA (2021),  The True Colors (2022),  Iabás (2022),  Além de vocês, o que tem pra comer hoje?(2023),  Serei/Afrodiaspóra (2023), A Kalunga de Ossayn (2023). Como DJ, conecta-se com os mais variados ritmos e manifestações artísticas afrodiaspóricas por meio de expressões sonoras e de movimento, tendo atuado nas principais casas de Portugal, como Lux Frágil Musicbox, Pérola Negra, Arroz Estudios, Casa Independente, dentre outras. IG:@iamdidibee // https://linktr.ee/dicandido

Rodrigo Ribeiro Saturnino aka ROD, pesquisador e artista visual. Pós-Doutor pelo Centro de Estudos da Comunicação e Sociedade do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho, Doutor em Sociologia pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e Mestre pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Entre as suas múltiplas publicações destacam-se o livro “A construção do imaginário social dos imigrantes brasileiros em Portugal nas redes sociais da internet: o caso do Orkut “(2016) publicado pelo Alto-Comissariado das Migrações (ACM) e “A Política dos Piratas: Informação, culturas digitais e identidades políticas” (2017), publicado pelo Labom – Comunicação e Artes. Como artista visual desenvolve um trabalho com foco na crítica decolonial. Participou de diversas exposições coletivas e exibições a solo, como na Feira Gráfica de Lisboa (2020), na Casa do Capitão (2021), no Espaço Damas (2021), no Festival Bairro em Festa do Largo Residências (2021), na Galeria Not a Museum (2021), no MAAT – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (2022), nas Galerias Municipais de Lisboa (2022/2023), no Kilombo, no contexto do Alkantara Festival (2023) além de participar de festivais e projetos, como por exemplo, o Festival Walk Talk Açores 2020, do projeto “Comunidade enquanto Imunidade”, do Projeto “Primeiro Rascunho” do Teatro do Bairro Alto, do Campo de Treino (2021) e do De/Codificar Belém, do Colectivo Faca. Desenvolveu o cenário do projeto da peça “Casa com Árvores dentro”, parte do projeto “Pê – Prefixo de Desumanização”, em conjunto com Cláudia Semedo, Gisela Casimiro, Kalaf Epalang, entre outros artistas. Tem colaborado com tony omolu na produção de cenografias e figurinos para as peformances “Iabás”, “Em Cor Parda” e “A Kalunga de Ossayn”. Em 2023, realizou uma residência artística no Largo Residências onde realizou o evento performático “Conversas com as águas juntamente com Ellen Lima, Jahnvi Nandan e Lolo Arziki. Participou das “Práticas Expandidas” do Campus Paulo Cunha e Silva (2023), do Projeto “Descortinar”, do Teatro Municipal do Porto e do MICAR – Mostra de Cinema Antirracista do SOS Racismo (2023). Fundou o Coletivo Afrontosas em 2022 com Didi e tony omulu, uma associação cultural que nasceu a partir de encontros de pessoas negras/racializadas cuír ligadas ao mundo das artes, da educação e da celebração motivadas pela ausência de projetos que reflitam sobre a importância da negritude cuír da diáspora em Portugal em confluência com os trânsitos migratórios da América Latina, África e outras regiões. Ajudou a criar também a UNA – União Negra das Artes. Através dos coletivos que participa tem desenvolvido diversos projetos na área das artes visuais e performativas e da qualificação de profissionais da arte, como por exemplo na criação do LACRE – Laboratório de Arte Cuír e Resistência realizado em 2023 com o apoio do Goethe-Institut de Lisboa e no projeto “Discurso” (2023), do Teatro do Bairro Alto através com curadoria de Melissa Rodrigues. Homenageado pela Power List / Bantumen 2023 com uma das 100 personalidades negras mais influentes. IG: @_rod_ada