12 de Setembro a 03 de Novembro de 2023
LACRE – Laboratório de Arte Cuír e Resistência é uma residência artística realizado a partir de encontros práticos e teóricos entre artistas para debater temas relacionados à produção da chamada “arte queer” e assim introduzir uma nova epistemologia a partir da ideia do “cuír”: um conceito que surge para contradizer a generalização das identidades e buscar uma contextualização mais fluída e menos colada às perspectivas hetero-cis-branco-europeias sobre as experiências e a produção artística das pessoas cuír.
O LACRE tem mentoria e curadoria de Rod (artista, Coletivo Afrontosas) em parceria com o Goethe-Institut. O LACRE é direcionado apenas a artistas que se auto-identificam como pessoas cuír negras/racializadas de qualquer idade e que trabalhem em qualquer área artística em qualquer nível. O laboratório será organizado em 6 sessões (3 horas por sessão), numa dinâmica presencial, com aulas práticas e teóricas sobre arte cuír, ativismos e o seu papel na transformação pessoal das identidades e sua repercussão na sociedade.
ENCONTROS
ABERTURA DO LACRE
Com ROD e Carol Elis
26/09 – terça-feira / 15hs
Música cuír / Safe Spaces / A festa como ato de resistência
DIDI e Amina Bawa
Com Lui L’Abbate e João Baah
Com tony omolu e David J. Amado
Arte cuír e religiosidade afrocentrada
Com Jorge Cipriano e Pedro Barbosa
CONVIDADES
Os encontros serão mediados por pessoas do Coletivo Afrontosas e convidades. No final dos encontros, será proposto a realização de um evento público no formato CPC – Conversa+Performance+ Convívio entre as pessoas participantes.
Carolina Elis
Artista visual cuja produção e pesquisa artística dança entre as linhas da raça, género, sexualidade e deficiência/doença crónica, examinando de forma crítica suas convergências e dissidências. Começou a se aventurar pela arte através da pintura digital e ilustração, tendo lançado seu trabalho em várias publicações e em diferentes plataformas (como a Contemporânea, Interruptor.pt e SapataPress). Pouco tempo depois expandiu sua prática artística a diferentes médiuns, como a escrita, o desenho e a pintura tradicional. É co-fundadora da revista Kuultur, membro da União Negra das Artes e do Coletivo Afrontosas.
Amina Bawa
No Brasil, trabalhou em áreas diversas como comunicação sindical e na produção de museus e espaços de cultura.
João Baah
Nascido no Brasil, residente em Lisboa desde 2018, com formação em artes cénicas pela Fundação Cultural de Curitiba, com foco em dramaturgia. Sempre apaixonado por roteiros e cinema, migrei para área de marketing com foco em promoção e estratégia de imagem. Hoje trabalho nas mais diversas áreas relacionadas à comunicação, acredito na criação de autonomia para artistas e pessoas que busquem conhecimento em vendas online.
Lui L'Abbate
Lui L’Abbate é artista cair prete da luz e dos espaços. Desde 2015, trabalha principalmente com iluminação e performance e pesquisa guerrilha e gambiarra como metrologia estética de criação. Concebe, monta e opera luz para festas e diversos espetáculos de teatro, improviso, dança, música, performance e vídeo entre Brasil, Chile, Portugal, Cabo Verde, Alemanha, Noruega, Espanha e Senegal.
David J. Amado
O artista multidisciplinar Jamaicano-Americano, David J. Amado formou-se em Música na Columbia University em Nova Iorque e é beneficiário do programa de apoio a projetos do Ministério da Cultura/ GDA. Enquanto coreógrafo, tem como missão contar histórias de pessoas negras queer através do ballet. Como cineasta, David é profundamente influenciado pela estrutura dos filmes musicais dos anos 70 e 80, pela estética da cultura hip hop americana dos anos 90, bem como pela escrita de pioneiros negros queer, como James Baldwin. O seu trabalho situa-se na interseção das belas artes, o intelectual queer e o gueto. Com uma herança multicultural e uma carreira que abrange três continentes, David J. Amado aborda a coreografia, o cinema e a moda com uma mentalidade diferenciada e inclusiva, onde o público tem a oportunidade de expandir as suas concepções no que toca à versatilidade do corpo negro, bem como à do ballet.”
antonyo omolu
Artista performativo híbrido entre teatro e dança que navega nas águas da antropologia teatral, enquanto pesquisador prático-reflexivo-teórico desta prática apresenta-se como ator-bailarino – definição cunhada por Eugênio Barba para delinear o perfil do artista que investiga e pratica o comportamento pré-expressivo do ser humano em situação de representação organizada . Tem mestrado em artes com foco em metodologia do ensino em dança afro-brasileira, licenciatura e pós graduação em filosofia e pós graduação em teatro. No Brasil tem incursões de vivência e experiência nas áreas da dança contemporânea, teatro, danças afro-brasileiras (danças dos orixás), grupos cênicos de cultura popular afro-brasileira, como congada de Minas Gerais e escolas de samba. As suas experiências e atividades nestas artes acontecem no âmbito da interpretação, direção, produção e educação em projetos de criação pessoais a solo e em coletivo. O hibridismo da sua formação artística dialoga com sua formação étnica que envolve culturas indígenas, africanas e portuguesas. É praticante das cenas negras em movimento, corpes afroqueer, artivismo afro-atlântico, diálogos e produções de sensibilidades territoriais de descentralização e descolonização do fazer artístico. Trabalhos atuais incluem, professor de dança e expressão corporal na escola Chapitô, circulação do espetáculo Iabás, assistência de produção para o Teatro Griot, produção dos eventos promovidos pelas Afrontosas.
DIDI
DIDI, artista transdisciplinar, natural do Brasil e residente em Lisboa. Investiga e trabalha a diáspora queer nègre e imigrante. Neste percurso, articulou a criação de associações e plataformas de cultura artivista, como a União Negra das Artes, Afrontosas e Batekoo.
Pedro Barbosa
Pesquisador das Religiões de Matriz Africana. Presidente da Associação Ilé Àṣẹ Ìgbà Mérìndínlógún Ọ̀ṣùn Cultural Beneficente e Religiosa. Membro da Diretoria e do Departamento de Cultura da Casa do Brasil de Lisboa
ROD
Pesquisador e artista visual. Doutor em Sociologia pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e Pós-Doutor pelo Centro de Estudos da Comunicação e Sociedade do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho. Como artista visual desenvolve um trabalho com foco na crítica decolonial. Participou de diversas exposições coletivas e exibições a solo, como na Feira Gráfica de Lisboa (2020), na Casa do Capitão (2021), no Espaço Damas (2021), no Festival Bairro em Festa do Largo Residências (2021), na Galeria Not a Museum (2021), no MAAT – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (2022), nas Galerias Municipais de Lisboa (2022/2023), além de participar de festivais e projetos, como por exemplo, o Festival Walk Talk Açores 2020, do projeto “Comunidade enquanto Imunidade”, do Projeto “Primeiro Rascunho” do Teatro do Bairro Alto, do Campo de Treino (2021) e do De/Codificar Belém, do Colectivo Faca. Desenvolveu o cenário do projeto da peça “Casa com Árvores dentro”, parte do projeto “Pê – Prefixo de Desumanização”, em conjunto com Cláudia Semedo, Gisela Casimiro, Kalaf Epalang, entre outros artistas. É membre-fundadore da UNA – União Negra das Artes e do Coletivo Afrontosas, onde faz parte direção. IG: @_rod_ada
Jorge Cipriano
EVENTO FINAL
Os encontros serão mediados por pessoas do Coletivo Afrontosas e convidades. No final dos encontros, será proposto a realização de um evento público no formato CPC – Conversa+Performance+ Convívio entre as pessoas participantes.